09/05/2010

QUEM É VOCÊ?


Quem é você?

Quem é você,
que mesmo triste está sorrindo,
que feliz está chorando,
que tem sempre uma palavra de consolo
nos momentos de desespero e de dor?

Quem é você,
que reparte muitas vezes o que não tem,
que diz sim quando deveria ser um não,
que faz com que todos sejam felizes sem razão
e que se diz com toda razão para tanto amor?

Quem é você,
que segura em minha mão
e diz que está comigo aconteça o que acontecer,
que nenhum mal quer me atinja,
que o meu bem é o seu bem?

Quem é você,
que na penumbra do quarto chora baixinho
porque estou doente e posso não sarar,
mas que ao mesmo tempo crê que Deus
não deixará de atender às suas preces?

Quem é você,
que senta ao meu lado para dizer palavras severas 
para me mostrar o melhor caminho,
que se pudesse me carregava no colo
para que meus pés não se ferissem?

Quem é você,
que quando soube que eu estava dentro de você,
ficou feliz e não me abortou,
que quando eu saí de você
deu-me seu leite
e me chamou: "Minha filha!"?

Você só pode ser uma pessoa: MÃE!

Ana Maria Pupato

Parabéns a todas que são mães, filhas, tias, avós, enfim, mulheres que amam seus seres!
E aquelas que sentem a saudade da perda de seus seres, amem ainda mais porque eles sentem esse grande amor.
Maria sentiu a dor da perda de seu filho e continuou na lida do bem.
Que a nossa Mãezinha envolva a todos em muita paz, inclusive a criadora desse papel, que partiu o ano passado sem ver seu netinho nascer.
Beijos mil!!!! 
   






02/05/2010

TRANSFORMAÇÃO


Transformação

Durante os milênios transcorridos
a opção da guerreira foi fundamental:
eram intensamente os desejos vividos
por um código de ética venal.

Conquistadora incessante de paixão
deixou rastros de dor e de lágrimas,
brandia a espada da sedução
e nem percebia do outro as lástimas.

Quando o fogo do instinto se abrandava
a espada com veemência novamente erguia.
A sua vítima, então enamorado, sem escrupúlos,abandonava,
cortando o laço que porventura existia.

Dentro de si, não se dava conta, crescia
um enorme vazio que não findava.
Acreditava que mais uma paixão seria
o fim de seus tormentos e sua alma assim se asserenava.

Um dia, sem notar de Deus a sabedoria,
em um momento de armas depostas,
um grande amor em seu imo cresceria
e sua força não traria mais respostas.

Seu instinto de guerreira e fera devoradora
se debatia entre as grades do poder e da submissão.
Não admitia o coração cansado e a alma em carência perturbadora,
e por entre agonia e dor afirmava que a fuga era a única solução.

Com o corpo sangrando de luta inglória,
ajoelha-se diante do Criador e ora:
-Suplico, Senhor, receber de Ti a hóstia
da redenção e do amor que o Cristo nos exorta.

A guerreira invadida de luz que emana do Alto,
depõe as armas diante do altar profano da paixão.
A ternura da sensibilidade feminina se faz arauto
da mulher que plenifica de sentimento a alma e o coração.

Ana Maria Pupato