02/05/2010

TRANSFORMAÇÃO


Transformação

Durante os milênios transcorridos
a opção da guerreira foi fundamental:
eram intensamente os desejos vividos
por um código de ética venal.

Conquistadora incessante de paixão
deixou rastros de dor e de lágrimas,
brandia a espada da sedução
e nem percebia do outro as lástimas.

Quando o fogo do instinto se abrandava
a espada com veemência novamente erguia.
A sua vítima, então enamorado, sem escrupúlos,abandonava,
cortando o laço que porventura existia.

Dentro de si, não se dava conta, crescia
um enorme vazio que não findava.
Acreditava que mais uma paixão seria
o fim de seus tormentos e sua alma assim se asserenava.

Um dia, sem notar de Deus a sabedoria,
em um momento de armas depostas,
um grande amor em seu imo cresceria
e sua força não traria mais respostas.

Seu instinto de guerreira e fera devoradora
se debatia entre as grades do poder e da submissão.
Não admitia o coração cansado e a alma em carência perturbadora,
e por entre agonia e dor afirmava que a fuga era a única solução.

Com o corpo sangrando de luta inglória,
ajoelha-se diante do Criador e ora:
-Suplico, Senhor, receber de Ti a hóstia
da redenção e do amor que o Cristo nos exorta.

A guerreira invadida de luz que emana do Alto,
depõe as armas diante do altar profano da paixão.
A ternura da sensibilidade feminina se faz arauto
da mulher que plenifica de sentimento a alma e o coração.

Ana Maria Pupato


2 comentários:

Carlos Roberto Lemberg disse...

Minha querida Poetisa e amiga Ana Maria

Não só retibuindo a visita que efetuou ao meu Site, visitei este lindo recanto
e em todo canto
só encontrei encanto.
Agradeço também as palavras de carinho que gentilmente registrou no Livro de Visitas do meu Site.
Beijos no coração.

Jorge Sader Filho disse...

Muita fotaleza, coragem e compreesão no seu poema, Ana Maria.
Tens um belo blog!

Carinho
Jorge