30/07/2009

Linguagem do amor


LINGUAGEM DO AMOR

Dorme você
Menina mulher
Ao teu sono estou a zelar
O teu sonar é o mesmo que um cantar
Não demora muito
A lua se esconderá
E em seu lugar
O sol despontará...

As estrelas
Darão lugar aos vôos dos pássaros
O céu estará como sempre azul
Talvez carregado de nuvens brancas
E no seu despertar
Junto a mim banhar-te-ás nua
Neste grande mar que nos espera
E o brilho de tua macia pele morena
Há de se misturar com o brilho do Sol...

O amanhecer nos seduzirá
As montanhas com seu verde matas
Encantará-nos com sua beleza natural
Será a natureza nos abençoando
E colando meus lábios aos teus
Nossos corpos conversarão
A mais pura linguagem do amor...

Eddyr o Guerreiro
10 de janeiro de 1975 – 6ª feira
Estado da Guanabara – RJ.

Eu me chamo



Eu me chamo
Ana Maria Pupato

Pé no chão, cabeça nas nuvens
relista, idealista e sonhadora.
Uma vida que a cada página
tem escrita mil histórias
ao som de risos e choro
com cheiro de criança e mato.
Injustiça não tem espaço
coerência buscada em cada atitude
carinho sem preconceito
amor por todos ao redor.
Sensualidade à flor da pele
prazer de viver e se dar
prazer em receber e florescer.
sou apenas mais um ser
que divide o espaço do universo
com tantos seres em evolução.

16/07/2009

Dom da vida











Na vida o que vale
é a beleza da flor,
a luz da lua que embale
o mais terno amor.


Na vida só vale a pena
viver o que for presente,
senão ela se torna pequena
diante daquilo que se sente.


Na vida só se é feliz
quando se ama plenamente
e a consciência é o juiz
das nossas atitudes, inclemente.


Na vida só se tem a liberdade
quando nossos vícios e paixões
são transformados em virtudes
que são o tesouro de nossos corações.


O dom da vida é ser,
é crescer,
é amadurecer.


Ana Maria Pupato
1996

Meu cotoco de lápis


Meu cotoco de lápis
Amigo inseparável
Desde quando comecei meus rabiscos
Meus rabiscos ainda menino
Que pedia as pessoas para corrigirem
Ou escreverem enquanto eu ditava
Minhas caraminholações
Aprendi com ele as curvas de minha mente...

Meu cotoco de lápis
Que muitas vezes
O carreguei na minha orelha
Preso ao cabelo
Nunca me deixou na mão,
Sempre e sempre
Minhas caraminholações,
Idéias,
Rabiscos,
Se fazendo presente...

Meu cotoco de lápis
Escrevi minhas lágrimas
Minhas dores
Minhas perdas
Meus desamores
Meus sonhos não alcançados
Até mesmo
Minhas vontades abortadas...

Mas de tão amigo que sempre me foi
Que sempre me é
Como sempre até o fim de meus dias me será
Também escreveu meus protestos
Minhas defesas aos injustiçados
Meus gritos pelos excluídos
Escreveu e como escreveu
Meus grandes amores...

Meus desamores apesar das tristezas
Me serviram como aprendizado
Agora meus grandes amores
Ah! Meus grandes amores,
Serão sempre meus grandes amores
Mesmo cada um ficando no seu tempo
No registro feito por meu cotoco de lápis...

Meu cotoco de lápis
Tão inseparável amigo
Há sempre de se fazer presente
Em todos os momentos de minha vida
E quando não mais puder empunhá-lo,
Ele ganhara lugar eterno mesmo sem terno
Descansando entre minha orelha e minha fronte
Preso por meu cabelo
E se acaso eu ficar caréca,
Prendo-o com um pedaço de fita dupla-face...


Eddyr o Guerreiro
Terça-feira 14 de julho de 2009 – 23:48
Rio de Janeiro
Todos os direitos autorais reservados ao autor

11/07/2009

Tributo aos afetos de fato


Tristeza embarcação soturna,
atraca no cais do coração e
desembarca multidão de desprezo
pela beleza do amor devotado.

Sorrisos valorizados sem valor
abraços dados sem calor
olhar sem ver o interior
escutar sem ouvir o clamor.

Olho ao derredor com angústia
e prefiro o escoar dessa balbúrdia,
estar sozinha com o mar dos sentimentos
vendo chegar a pomba de Noé.

É vida nas ondas batendo no cais
sussurrando amor amor amor
dos anônimos reconhecidos
do passado e do presente.

Ancoraram em silêncio,
espera longa e difícil,
e derramaram sorrisos
na acolhida do meu cais.

***Ana Maria Pupato***

09/07/2009

Quero-te


Prefiro o teu silencio

Que tua revolta.

Você tem dentro de ti

Um vulcão adormecido

Que vez o outra

Põe-se no ponto de eclodir...

Prefiro o silencio de teu sono

Do que teu despertar agitado

Que acaba por me agitar

Deixando-me desencontrado

De meu despertar...

Prefiro tua nudez diante de mim

Estática... Silenciosa...

Entortando minha cabeça

Do que te ver coberta de panos

Desfilando tua sensualidade

Para que outros venham te adorar...

Quero-te somente minha

Quero-te toda por inteira

Quero-te me provocando

Quero-te me tarando

Quero apenas

Que me tenhas somente

Como servo de tuas taras...


Eddyr o Guerreiro

Terça-feira de 05 de fevereiro de 1991

Rio de Janeiro



Noite de luar


Noite de luar

Zelo por teu sono

Um sono de paz e tranqüilidade

Enquanto acordado fico

Buscando teu sono no meu sono

No meu sono perdido

Perdido de mim

Na intranqüilidade do meu ser

Esperando que acordes

Para que cuides de mim


Eddyr o Guerreiro

Sábado, 18 de agosto de 2000 – 03h19

Rio de Janeiro

08/07/2009

Destino



Quanta luz o teu olhar trazia,
no primeiro momento, ao te ver.
Só o que eu não sabia
é que de amor eu iria sofrer.

Foi em uma vã tentativa

que fingi não te reconhecer,
como uma verdade definitiva
que na minha vida iria se estabelecer.

Suas mãos nas minhas pegaram
e o selo da sorte estava dado.
Não sei porque meus olhos falaram
de um amor desesperadamente procurado.

E, agora, eu quero sentir
a doce vibração desse sentimento,
que, um dia, espero não ver partir
como um etéreo e fugaz momento.

A minha alegria quero dividir,
os meus sonhos contigo realizar,
sair sem ter para onde ir
e nos teus braços um rumo encontrar.

Eu quero simplesmente ser
mais um que ama
e nos teus braços adormecer
no calor eterno da tua chama.

***Ana Maria Pupato***

07/07/2009

Ser poeta


Coração de poeta,
represa de sentimentos cristalinos,
correm pelos dedos
em forma de versos diamantinos,
sem valor amoedado,
pesados pelas emoções infindas
que causam nas almas afins
o êxtase do lirismo,
dom divino doado por graça
para semear a beleza
pelo mundo da imaginação
e deixar um rastro de luminosidade
da paixão de viver.

Ana Maria Pupato
Dezembro - 2008

Noturno



Eu espero um encontro noturno
É o encontro do silencio,
Silencio de passos mansos
Silencio das ruas vazias
Silencio do silencio de minha alma...

Eu espero um encontro noturno
Com as surpresas
Que me virão pela frente
Com os sons aflitos
De gozos delirantes
Enfim;
Acabo restrito a um silencio
Que vem ser meu
Em perdida madrugada
Que perambulo rua afora
Tentando comungar com minha paz...

Busco razões para o ódio
Tento entender por que há discórdia
Não encontro motivos para que haja inveja
E nesses meus questionar,
Por mais que eu tente por em ordens meus pensamentos
Mais curtos eles se fazem
Temendo que eu venha um dia
Acreditar que a humanidade
Por puro interesse
Faça desses motivos
Razões únicas para se viver...

Eu espero um encontro noturno
Dentro da calada da noite,
Me acobertar com a manta da sobriedade
Para que profundamente eu possa
Encontrar palavras definidas
Para esse meu não entender
De o porquê nós da raça humana
Não podemos ao menos tentar
Olhar o próximo com amor,
Somente com amor
E dele fazer a ponte do entendimento
De que podemos
Beber da mesma água
Comer da mesma comida
Sorrir com mesmo sorriso
E abrir nosso coração
Para que a paz seja alcançada
De forma que não usemos armas e sim,
Plantarmos árvores
Para que um dia possamos escrever um livro,
O livro da razão da vida
E o porquê
Que muitos se perdem
Em encontros noturnos...


Eddyr o Guerreiro
24 de março de 2002
Rio de Janeiro