24/02/2010

Poeta sem livro


POETA SEM LIVRO

Poeta sem livro
Aquele que escreve pra si
Não por egoísmo,
Mas para avaliar seu próprio “Eu”...

Poeta sem livro
Aquele que escreve
E para os amigos,
Somente os amigos
Apresenta suas obras
Satisfazendo seu Ego... 

Poeta sem livro
Aquele que sua visão vai além dos muros
Suas escritas vão além dos princípios
Ele se posta em praças públicas
E como fosse um pregador religioso
Solta sua voz...

Poeta sem livro
Aquele que pelas madrugadas
Está sempre posto a escrever
Pelos balcões dos bares
Está sempre as esquinas sentado
Despejando em folhas
Toda a grandeza de seu coração...

Poeta sem livro
Se faz solidão
Se faz sombra
Se faz anônimo
Se faz apenas
Um poeta sem livro...

Eddyr o Guerreiro


Sem culpa


Sem culpa

Encontro marcado pela necessidade,
corações que se amaram sem encontro marcado.
Um coração compromissado com o social
e o outro compromissado com o amor.

Sonhos e projetos arquitetados com todo carinho
desmoronaram ao longo do tempo pela covardia
em romper com o passado comprometido.

Não havia escolha, havia apenas comodismo...
Rompimento sofrido e sem volta,
lágrimas nos olhos, amor enorme no coração,
sem culpa de ter sido imensamente feliz.

Ana Maria Pupato


17/02/2010

O bom julgador e o compassivo




O bom julgador e o compassivo
(Ana Maria Pupato)
 
Em nossa jornada evolutiva, caminhamos com muitas dificuldades que são entraves ao nosso progresso. Um deles é o de ser o bom julgador, aquele que tem sempre uma grande razão e se julga dono da verdade, tornando-se, assim, infeliz, porque precisa comprovar a razão de que se julga possuidor. Por sua vez, o outro é o errado sempre.
Quando começamos a caminhar pelas trilhas da autotransformção, percebemos que não projetamos mais intenções nas atitudes do outro e deixamos que ele mesmo fale por si. Pensamos sempre que o outro pode estar passando por problemas que nem imaginamos, apesar do sorriso. Fazemos silêncio quando somos agredidos por palavras de quem tem o coração amargurado por falta de amor.
O compassivo se coloca ao lado do outro e, silenciosamente, diz com a alma:
- Eu entendo porque também já passei por isso...
 

15/02/2010

Dois lados


Dois lados

Sou sombra, sou luz
carrego em mim essa dualidade.
Questionamentos constantes:
virtudes e vícios
loucura e sanidade
desejos e certezas
desafios e medos.
Quem vencerá?

Lados que se duelam
por ter prioridade...
Através de vivências
sofridas e complicadas
esses lados se interrogam
mas conseguem conviver.

Filha de dois lados
que resolveram se amigar
nasceu e cresceu com dificuldade
menina paz me deixa viver.

Ana Maria Pupato

A mão



A mão

A mão pode ser aquela que afaga,
que traz carinho,
que traz consolo,
desperta o amor,
doa paz,
alisa um cabelo,
afaga um rosto,
dá a mão a outra mão
que juntas formam a união,
que mostra um caminho.

A mão pode se aquela que espanca,
que deixa marcas no corpo,
que deixa cicatrizes no coração,
nega perdão,
diz adeus,
semeia discórdia,
faz menção e não cria,
larga a outra na necessidade,
que cria a desunião,
que à vida diz não.

Ana Maria Pupato
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ESSA MÃO

Essa mão
Que arrisca escrever versos
Versos que compõe poesias
Ou algo parecido com poesias
É uma mão
Que também produz meu sustento
Cria coisas artesanais
Que pessoas parecem gostar...

 
Essa mão
Que tem mania de escrever orações
Ela coordenada por meu cérebro
Ela que atende o comando de meu coração
Está sempre a pedir pela humanidade.
Escreve orações
E eu como dono único dessa mão
Vou com sua irmã
Colando essas orações pelos muros.
Acreditando sempre haver um alguém
Que irá parar
Ler e quem sabe admirar...

Essa mão
Também sabe acarinhar
Também sabe brincar com minha sombra
Mão que se faz firme
Que está sempre a segurar um cotoco de lápis
Escreve verdades
Verdades que meu povo se nega a crer
E no tudo que essa mão produz
Só tem uma coisa que insistentemente
Ela escreve,
Escreve o que às vezes
No meu engasgo não consigo falar:
A saudade que tenho de você Regina.

Como você já segurou e acariciou essa mão!
O mais engraçado nisso tudo, Regina;
É que você dizia gostar mais
Dessa minha mão direita do que da esquerda.
É, hoje estou bem para a esquerda
Estou totalmente esquerdo
Uma pena não saber escrever com a mão esquerda
Para ela poder protestar
Contra a mão direita...
Não sei até quando ficarei a minha esquerda!...

 
Eddyr o Guerreiro
09 de abril de 1976
Rio de Janeiro

09/02/2010

Rosas




Rosas
São representação da beleza feitas por Deus
embalam as mais doces alegrias
e enfeitam os momentos de perda dos amados seus.
Ana Maria Pupato

Aquela música




Tentativas de conquistar meu coração
ainda arredio de tantas desilusões
faziam parte de muita preocupação
de me perder para outros corações.

Mesmo diante de tantos gestos de carinho,
de palavras de amor ouvidas a todo instante,
sua alma sentia insegurança constante
de que faltava algo para fazer seu ninho.

Intuição dos que amam plenamente
buscou em Vivaldi sua inspiração
melodias de um violão plangente
finalmente tocou meu coração.

Momento eterno gravado em memória
por quem teve ousadia de escrever uma história
tão longe fisicamente sem poder tocar
tão perto da alma podendo entrar.

Ana Maria Pupato

01/02/2010

Ocaso

Ocaso
Caminhar pelo céu da vida
buscando as estrelas da felicidade
é saber que o ocaso não é o fim de tudo.
Ana Maria Pupato

Ouça

Ouça
Venho na canção do vento,
veja com o coração o meu intento.
Abra as portas da alma em silêncio.
Ana Maria Pupato