24/12/2016

Natal, clima de paz e fraternidade,
trazido pelo nosso menino nascido
em simples manjedoura de palha,
com as bênçãos do Pai e muita humildade.

Sua meta era servir e ensinar
para a desalentada e querida humanidade
o poder que havia em amar e multiplicar
as dádivas doadas pelo Pai em bondade.

Conhecia o tamanho de sua missão,
as dificuldades de seus companheiros,
a dor, o sacrifício, a pungente aflição.

Jesus, mestre amado, de tantas eras,
hoje, podemos dizer que somos seus seareiros
e que nos aguarda, em glória, após tanta espera!
(Ana Maria Pupato - dez/2011)



03/08/2016

Resquícios de um passado

Meu amigo e grande poeta lírico Wilson De Oliveira Carvalho já fazíamos duetos e entrelaces nos grupos do Yahoo. Depois de tantos anos, a química poética se deu novamente. Como em uma ópera, ele começa e eu respondo.

RESQUÍCIOS DE UM PASSADO
Na ilusão que tudo havia terminado,
passei a reunir os pedaços que
sobraram de mim e que sobrevoavam
por aí sem destino certo.
******
Sei que você merecia muito mais
do que apenas pedaços de sonhos,
mas foi preciso muita coragem
para abrir mão de tua presença.
*****
Consegui com muito custo pequenos
fragmentos de minhas desilusões, lembranças
de pálidas manhãs sem sol e pequenas
imagens de um desmerecido afeto.
******
Não sabe o quanto sofria
ao me deparar sem seu sorriso,
suas palavras soltas por lábios
que me diziam doces palavras.
*****
Persegui com coragem os rastros
de todos os meus sonhos os mesmos
que cegamente confidenciei com alguém
que julguei ser meu em todos os momentos.
******
Não pense que esqueci dos sonhos
que sonhamos juntos e que seria
realidade em nossas vidas
com minha presença plena.
******
Tentei alcançar alguns espaços de tempo que
foram tão reais que voltei ao passado onde deixamos
a marca de nossos passos nos episódios que vivemos,
mas eles desapareceram sem deixar vestígios dos rastros...
******
Eles ainda moram em meu coração,
alimentados por uma esperança vã
de ser a pessoa que embala os teus dias
com muito amor e alegria.
*****
Foi árduo o trabalho para trazer lá de tão longa
distância coisas de uma vivência mas foi bom, no final
acabei me encontrando por inteiro com a certeza
que os pedaços que sobraram de mim eram todos
resquícios de um passado já morto... nada mais...
******
Perdoa-me, amor de minha vida,
ter machucado teu coração,
porque assim também o meu o foi.
Só te peço que guarde de mim
a doce lembrança de quem muito te amou.


11/07/2016

Saudade

Saudade

Aves de verão
são como os amores
que vêm e vão...
No choro da saudade
forma-se o oceano 
de vivências que não se apagam
com a idade.

Vidas silenciosas
que trazem lembranças
de momentos inesquecíveis.
Ah, mar de lembranças
que quebra em ondas
no cais do pensamento...

Ana Maria Pupato - 2013



10/07/2016

Eu flor

O sol é o calor da vida...
Deixar a lua de poeta
para ser uma flor
que desabrocha no dia.

Ana Maria Pupato - 2013




09/07/2016

Busca do templo etérico de Rowena

Há uma corrente de energia 
Energia que pulsa e flui
Passos em busca de caminho contínuo 
Há uma energia que pulsa e flui

Carmem Teresa Elias





Ana Maria Pupato com a orientação inspirada de Germano Reis - 2013


Barco ancorado - 1996


Jesus - 1996

Os olhos revelam quem sou 
Se escondido for o rosto 
Mais ainda essa verdade dirá quem sou

Carmem Teresa Elias






Ana Maria Pupato


27/06/2016

Descanse em paz, velho Chico...

Descanse em paz, velho Chico...

É, Chico, pois é,
gostava de te ver entre a gente,
debaixo daquele sol quente,
quietinho, calado,
só observando...

É, Chico, pois é,
te achava tão de juízo,
daqueles que têm dente siso
- que até li seus livros! -
que não se junta com falastrão.

É, Chico, pois é,
apertei tua mão,
falei de você prum montão,
fiquei triste e chateada
quando você não ganhou.

É, Chico, pois é,
te achei homem de brio
quando largou aquele bando 
de filho da malquerença e da inveja
e teve coragem de caminhar sozinho.

É, Chico, pois é,
você mudou tanto
que não te reconheço.
Juntou-se aos falastrões,
que prefiro guardar tua história
como uma lenda.

Ana Maria Pupato - 2016


22/06/2016

Deixe-me caminhar contigo?

Ele estava tão encantando 
com a beleza da moça,
que passava pela sua rua,
que parecia ver duas.

Um dia, animou-se de coragem,
fez o que o instinto lhe indicou,
quando ela se avizinhava na rua
postou-se como quem quer indagar.

- Vejo-te passar todos os dias, 
bela e faceira deixando um rastro de alegria,
queria saber teu nome, 
senhora dos meus olhos!

- Não sei se devo dizer, 
pois não nos conhecemos direito.
- Não há o que temer!
Moro aqui e sou um homem de bem.

Sem quase poder findar a frase,
amigos lhe chamam para a farra costumeira.
Ela aproveita a distração 
e vai-se como folha soprada pelo vento.

Ao alvorecer, chega em casa 
e lembra-se de que deixou a moça fugir
como água por entre os dedos,
- ah, como resistir aos folguedos da juventude?.

À tardinha, vem ela no seu costumeiro passo,
exalando o perfume de lavanda,
que fazia inveja às mais lindas flores,
guardando seu segredo de mulher.

Novamente, ele a interpela e insiste saber seu nome;
mas, como da primeira vez, ela diz
que não pode revelar,
porque ele parece volátil aos prazeres.

Nesse momento, ele segura em suas mãos,
olha profundamente em seus olhos,
beija-lhe o dorso das duas mãos,
dizendo que estava pronto para ser seu guardião.

Os amigos aparecem, nesse momento,
convidando-lhe para um fim de noite prazeroso.
Ele olha para ela com o olhar cintilante
e diz para os amigos que não se interessa.

Ela lhe oferta um sorriso cúmplice
de quem aceita, mas não se revela totalmente.
Ele sabe que a conquista terá que ser plena,
apaixonar-se todo dia pela mesma mulher!

Ana Maria Pupato - 2016
Baseado na lenda afro-americana Manawee.





02/06/2016

O caminho

Ela amava demais,
atraía algozes
de sorrisos dissimulados,
cobravam sacrifícios

Seu guia era a ingenuidade,
tudo fazia para agradar.
Só que o algoz acaba cobrando
uma prova de morte.

Na busca dentro da mata densa,
começou a se refugiar na boneca,
trazida da infância - 
sua intuição, guia seguro.

Enfrenta desafios, 
mas encontra a que sabe tudo,
que recria a vida,
que dá o lume.

Na volta vem carregando
o facho da iluminação,
que mostra que a vítima morreu -
hoje, dona de seu destino.
cobravam sacrifícios

Seu guia era a ingenuidade,
tudo fazia para agradar.
Só que o algoz acaba cobrando
uma prova de morte.

Na busca dentro da mata densa,
começou a se refugiar na boneca,
trazida da infância - 
sua intuição, guia seguro.

Enfrenta desafios, 
mas encontra a que sabe tudo,
que recria a vida,
que dá o lume.

Na volta vem carregando
o facho da iluminação,
que mostra que a vítima morreu -
hoje, dona de seu destino.

Baseado no conto russo "Vasalisa, a sabida".


Falas e falácias

Falas e falácias

Eu falo, não cuspo;
eu falo, não vomito;
eu falo, não fico em cima do muro;
eu falo, não imito;
eu falo, não engendro monstros.

Eu falo, mas te respeito;
eu falo, mas te entendo;
eu falo, mas raciocino;
eu falo, mas pesquiso;
eu falo e falarei sempre!

Ana Maria Pupato - 2016


FOI GOLPE DE KRAV MAGA!!!

14/05/2016

Eu-Força

Ela vive no palácio
sentindo-se dona de tudo.
Tem todas as chaves das portas,
mas não faz uso.

Seu senhor não a deixa,
faz dela a servil rainha,
até que chega o dia
que ele precisa do seu sacrifício.

Diz que ela é livre,
pode fazer o que quiser,
menos abrir o porão.

Ela não resiste, 
sufoca a obediência às regras
e abre a porta.

Jazem ossos, crânios,
de mulheres que ali
foram sacrificadas.

Ela foge em desespero!
Encontra a serenidade da libertação
de sua maturidade.

Corre como fera, 
dona de sua força.
O predador agora é
o aprendizado de ser mulher.

Inspirado no conto de fadas "Barba Azul".


11/05/2016

Rosa Vida

Um caminho pode ter pedras
que machucam os pés
pode ter espinhos
que rasgam o coração

O Criador em sua perfeição
querendo a felicidade
de seus tutelados
cria a maravilha das rosas

Cultivar a beleza de suas cores 
espalhar o perfume que exala
sentir o toque acetinado de suas pétalas
é ver a luz do amor da Divindade.

Hoje, cultivo minhas rosas
não valorizando pedras e espinhos
Sou jardineira que rega
as esperanças e o amor.

Ana Maria Pupato - 2016



Renascer

Ela anda pelo deserto
a procura de ossos.

Morreu. Não tem esperança?
Ela faz renascer.

Caminha sem pressa, 
sem medir distância.

A natureza é sua companheira, 
compreende a criação.

Cava, suja as mãos,
desgrenha os cabelos.

Sabe o que procura.
E, então, começa a celebração.

Canta magnificamente
com a força das sementes do ovário.

Os ossos se cobrem de carne
e nasce o novo ser.

A criança feliz que,
no futuro, será a imperatriz.

Ana Maria Pupato - 2016

Inspirado na lenda de "La Loba".



03/04/2016

Voz de Criança

Acordava ouvindo as brigas...
"Por que isso não acaba?"
Doía mais que dor de barriga
ou febre que deixava com frio.
Sentia-se sozinha e abandonada
sem entender as vozes dos adultos.
Era difícil ser feliz no seu cantinho
que adorava voltar todos os dias.
Um dia, na escola, a professora
ensinou a fazer um trabalho lindo!
Eram corações feitos com linhas de lã,
que mesmo emboladas, juntaram-se.
Pediu para fazer dois.
Era uma ocasião especial!
Seu aniversário mudaria a gritaria.
Afinal, era culpada por isso.
Na hora de partir o bolo,
feito com carinho pela mãe,
com o presente comprado pelo pai,
mostra a voz de sua alma nos olhos com os corações.
Ana Maria Pupato - 2016



Em Obras II

Peço para o moço parar de quebrar
para ouvir o som do passarinho.
Ele me olha com estranheza,
mas na sua boca logo paira um sorriso.
Diz que só ficar na janela
não é um bom negócio para criança.
Lá fora tem tanta coisa boa
que traz para o coração, esperança.
"Enquanto quebro, troco e refaço,"
diz que é melhor eu correr para ouvir,
colocando o ouvido no chão,
um barulhinho que se repete como refrão.
Saio em disparada sem esperar explicação
ouvindo meu coração galopar.
Ainda escuto a marreta...
Só que agora não tem mais importância.
Coloco o ouvido no chão
e ouço outro coração bater.
Descubro como é bom viver
no colo de quem dá liberdade de ser.
Ana Maria Pupato - 2016


14/03/2016

Dia Nacional da Poesia

Dia 14 de março é o Dia Nacional da Poesia. A data foi criada em homenagem a Antônio Frederico de Castro Alves, um dos maiores poetas brasileiros, nascido em 14 de março de 1847. 
Minha homenagem:
Ah, poesia,
por que estivestes tão arredia?
São anos sem sentir
tua doce presença...
Vejo-me a escaninhar
os refolhos de minh'alma
buscando inspiração
para decantar em meus versos
a paixão, a filosofia, o pecado...
Cobristes tua presença
com véu de desilusão
para que eu pudesse aprender
a ler os poemas escritos
pelo Grande Poeta do Universo.
Ah, poesia,
Mãe das Artes,
Pai das Vibrações,
achei-te em forma de natureza,
de família, de humanidade...
Carregue-me em teus braços
e me faz acordar na mansão
dos que nada têm além do coração!

23/02/2016

Paz na Síria

Paz na Síria

Lágrimas de sangue 
encharcam a terra
onde ora eram flores.


Lágrimas de saudade
formam um mar
da vida de seres amados.

Lágrimas de tristeza
formam nuvens de tempestades 
por sobre a nação deteriorada.

- Guerra, és ainda o flagelo da humanidade!


22/02/2016

Cultivo

Cultivo

Preparar a terra
daquele coração
foi difícil...

Havia tanta tristeza,
tanta dor abrigada...

Hoje é uma árvore
com flores de paz,
com frutos de amor,
com sombra de carinho.




Silêncio


O silêncio me diz 
da contemplação do belo
do inominável
do mutável
que me leva ao eterno.