14/05/2016

Eu-Força

Ela vive no palácio
sentindo-se dona de tudo.
Tem todas as chaves das portas,
mas não faz uso.

Seu senhor não a deixa,
faz dela a servil rainha,
até que chega o dia
que ele precisa do seu sacrifício.

Diz que ela é livre,
pode fazer o que quiser,
menos abrir o porão.

Ela não resiste, 
sufoca a obediência às regras
e abre a porta.

Jazem ossos, crânios,
de mulheres que ali
foram sacrificadas.

Ela foge em desespero!
Encontra a serenidade da libertação
de sua maturidade.

Corre como fera, 
dona de sua força.
O predador agora é
o aprendizado de ser mulher.

Inspirado no conto de fadas "Barba Azul".


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