11/07/2009

Tributo aos afetos de fato


Tristeza embarcação soturna,
atraca no cais do coração e
desembarca multidão de desprezo
pela beleza do amor devotado.

Sorrisos valorizados sem valor
abraços dados sem calor
olhar sem ver o interior
escutar sem ouvir o clamor.

Olho ao derredor com angústia
e prefiro o escoar dessa balbúrdia,
estar sozinha com o mar dos sentimentos
vendo chegar a pomba de Noé.

É vida nas ondas batendo no cais
sussurrando amor amor amor
dos anônimos reconhecidos
do passado e do presente.

Ancoraram em silêncio,
espera longa e difícil,
e derramaram sorrisos
na acolhida do meu cais.

***Ana Maria Pupato***

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