13/06/2010

ECOS DE METÁFORA POÉTICA

Queria ouvir a voz do verbo, minha utopia silenciosa,
Não queria ver no meu amor as alegorias do passado.
Passando a limpo as folias do agora, eu bebo a poesia
Inevitável de minha essência, que grita e chora
Querendo entender a linguagem do mistério.
É preciso atravessar ao oceano do meu eu?
Afronta-me mar cristalino? Teu oceano sou eu mesmo.
Quem me deu esta força lúdica esse medo lúbrico,
Esta fantasia extasiante, essa consciência espectral?
Queria ultrapassar meus temores e ardores de alcova,
Essas tempestades de tristezas temporâneas,
Esses pecados que descubro em mim inocente,
Não quero gozar de uma liberdade indecente.
Preso do meu eu essa multidão de juiz à esmo.
Não quero tudo que imagino porque sou menino,
Sou árvore que sol a pino envelhece, mas dá sombra.
Imagino os sonhos vergando meus ombros,
Dando frutos e as sementes de uma nova era,
Assim eu penso na natureza desfragmentada
E salva do meu próprio armagedom,
Minha Fênix renascida dos meus sentimentos puros.
Sim eu queria ouvir a voz do verbo no meu silêncio,
Antes que a alegoria, fantasia, utopia, minha agonia
Destroce-me e eu seja só uma metáfora de poesia.

Walter Brios

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